sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Este Natal irrita-me a beleza!

Honestamente, cada vez gosto menos do Natal. Basta uma visita despreocupada e desatenta pela Internet para nos darmos de caras com listas infindáveis de pedidos, como se o Pai Natal existisse e todos os desejos se cumprissem. Basta sair a rua e vemos uma azáfama inacreditável de sacos e pessoas e prendas, principalmente se tivermos em conta que o próximo ano, já à porta, não promete ser favorável. Basta ver que em todo aparecem peditórios ou pedidos de dinheiro 'quer arredondar?'. E cada vez gosto menos do Natal.

Porque o Natal não se resume a uma lista infindável de presentes. O Natal não é apenas dar um mimo àqueles que gostamos mas que, se calhar, já têm tanto. O Natal não é gastar tudo, como se não houvesse amanhã ou o amanhão não se importasse, 'logo se vê', como me disse alguém hoje. O Natal não é altura de dar se durante todos os outros meses do ano fechámos os olhos a quem precisa e nos estende a mão.

Este Natal, para mim, quero um emprego, daqueles que me encha a medidas. Se me encher os bolsos, melhor ainda. Mas o que queria mesmo era sentir-me realizada naquilo que faço, útil, enfermeira. Se ainda assim, na febre consumista que invade toda a gente, quiserem oferecer-me qualquer coisa, podem dar aqui.


Isto é o Natal. Não é a toa que se diz, 'Natal é quando um Homem quiser'.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Apetece-me dizer que...

Tenho os melhores pais do mundo. As únicas pessoas com quem consigo conviver todos os dias, capazes de me aturarem as neuras, conhecerem as manias, amparem as angústias e suportarem os ataques de mau-feitio. E, por hoje, muitas lágrimas foram enxugadas pela mão da minha mãe e pelas palavras de conforto do meu pai, sinto que ali, junto daqueles dois, eu sou sempre feliz.

Life sucks sometimes.

Há semanas, meses talvez, que estou à espera do telefonema ou e-mail capaz de me mudar a vida. E ele teima em não chegar, já quase perdi as esperanças e ando assim, em modo bambi, choramingas e deprimida. Aliás, neste Natal, quero o presente mais improvável, por isso sei que vou ter um Natal muito infeliz.

Life really sucks sometimes.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Ab alio expectes, quod alteri feceris

A vida é marcada por ciclos, por momentos, por temporadas, toda a gente sabe. E toda a gente sabe também que, por vezes, a sorte, o destino ou o vento estão do nosso lado, nos sopram de feição e que, noutras vezes, nem por isso. Daí que oh gentalha, i don't give a shit para esse vosso tom imperativo e olhar de soslaio em jeito de "oh para mim agora tão importante, tão cheia de estatuto e afins". Aliás, tamanha bimbalhada apenas me reaviva a memória de uma frase que li um dia: Never interrupt your enemy when he is making a mistake.

E, porque a lei do retorno é uma grandessíssima cabra, eu, no vosso lugar, de vez em quando, ia olhando em volta.

domingo, 21 de novembro de 2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Esconde ai, que pode ser que ela não veja!

A minha queriduxa da minha gata pensa que se ela não me puser a vistinha em cima, eu também não a consigo ver [e a prova é que está toda escondidinha atrás da cadeira a tentar puxar a alça da minha carteira]. Tudo bem. Agora, sério, mas grave e sério mesmo, é gente com mentalidade da minha gata. Gente que pensa que, se for cabrita montesa escondida da vista, os outros não lhe conhecem os cornos.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Eu não tenho filhos, pois que não tenho. Também não sou mulher, nem namorada de ninguém. Aliás, nem dona de um cão sou porque não tenho vida para tal, com o risco de encontrar o cão com o pernil esticadinho duas semanitas após a aquisição por esquecimento completo e total da dona da sua existência. Eu também não sou dona de uma mentalidade pequenina, ai que coitadinha que eu sou, ó para mim a chorar pelos cantos! Isto também não quer dizer que eu não seja gente.

Como tal, a grandessíssima otária que tenho vindo a ser vai deixar de se preocupar com metade do mundo, meio mundo esse composto por gente ingrata e pequenina, que só conhece a versão do venha a nós senhora!

Paciência. Ai precisa. Azar do caralho. Ai está mal. Habemos pena.

Por isso, está decretado o fim da época do vou lá ajudar todos os pobres coitados do mundo. A partir de hoje, façam-se à puta da vida que a mim também me custa.

sábado, 13 de novembro de 2010

É Natal!

Depois dos programas decorados com enfeites, das comédias românticas dos anos 90 que populam na televisão, da Popota cada vez mais magra (vacória!), agora são os blogues cheiinhos de descrições de relações lindas, de sucesso, embuídos de amor lamechas bem como roupas, sapatos e presentes caríssimos (viva o poder de compra!) para me foder a cabeça!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Laço

Há seis anos, mais coisa menos coisa, toda eu vibrava quando estávamos juntos. Ele foi o meu primeiro namorado a sério e o meu primeiro desgosto de amor. Tinha eu 16 anos e achava que nada na vida podia ser mais sério, mais eterno e mais real do que o nosso namoro. Ele foi o meu namoradinho do liceu e vi-o assim durante anos. Creio que isso só mudou porque entrei na faculdade e descobri um mundo novo.

No outro dia, vi-o, na estação de comboios, no meio de um rebuliço enorme. Está quase igual, apenas mais gordo, com mais ar de senhor e menos de menino. O sorriso está lá, bem como muitos dos outros pormenores que antes conhecia de cor e que, quando o vi, se avivaram  na  memória. Quando o vi, olhei-o nos olhos, as mãos não tremeram, mantivemos uma conversa que fui eu a iniciar e ainda rimos os dois.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Do fim-de-semana

Para quem não sabe, sou – desde que me lembro – uma adepta fervorosa do FC Porto, ou não fosse eu filha do meu pai. O mesmo pai que aos seis anos me tornou sócia, aos onze me comprou um lugar anual nas ainda Antas e que fomentou, orgulhosamente, um clubismo desmedido, que se mantêm até aos dias de hoje. Vibro muito com o clube e, apesar de não ligar nenhuma ao desporto em geral, raramente perco um jogo do meu FC Porto. Aliás, vibro em cada jogo do  meu clube, consigo até ter um palavreado capaz de fazer corar a maior peixeira do Mercado do Bolhão se as coisas nos estiverem a correr mal.
E, por isso, quando tive tempo para isso e quando a internet cá de casa resolver funcionar, tenho de deixar a posta de pescada aqui no blogue sobre o jogo de domingo, o já famoso FCP 5 - Visitantes 0. E já lá iam uns anitos (96/97) desde a última real toirada.

Estes 5-0 reflectem a diferença entre ambos. De um lado, a qualidade de uma equipa pronta a comer a relva - não que tenha sido necessário - para fazer a festa no fim. Do outro lado, uma equipa que diz comer em pratos de marfim mas que não passa de porcelana da China. Pormenores. O jogo foi tão desequilibrado, que cheguei a ter pena (não, na realidade não). E em jeito de Feliz Natal e felicidades pelo aniversário de Jesus, o FC Porto ofereceu cinco presentes ao clube lá de baixo, que pode começar já a dizer adeus ao título, ainda antes do Natal. Um mal que também atormenta os vizinhos mouros há anos.

Do jogo, ressalto ainda comprovação de que dizer que a Ovelha Choné é um grande defesa central é uma piada e que realmente ele é um jogar rápido, comparado com uma tartaruga em hibernação. Mais ainda, dos erros dos vermelhinhos dentro de campo muitos falaram e melhor do que eu certamente, mas não tenho ouvido falar de um outro, o erro crasso do Sr. Rui Pereira, Ministro da Administração Interna. Para a próxima, para além de encerrar o trânsito a metade das estradas do Porto, tem de pedir também à guarda policial para impedir que os jogadores do FC Porto se aproximem da baliza do Roberto (cocorococó).

Ganhar ao Benfica no domingo? "Foi como bater em mortos... mas mais fácil!" (retirado daqui).

domingo, 24 de outubro de 2010

Ir ou não ir, como pode haver questão?

O tempo deste domingo que tinha tudo para ser bonito está igual ao nosso país, de chorar! E hoje é a Serenata de Recepção ao Caloiro na Academia do Porto. A minha primeira desde que acabei o curso, talvez a última rodeada daquelas pessoas. Mas o tempo está uma real bosta, que é mesmo para não dizer uma merda. E na minha cabeça passou a ideia "mas eu tenho mesmo de ir?". E dizia o meu pai, "se quiseres vais, mas olha que está a chover tanto", como que a dizer-me que ir era uma loucura e que até me tem como uma pessoa mentalmente sã. E a indecisão ficou, ficou... Até que mandei uma mensagem a cada um deles: "sim, vou querida", resposta unânime.

Mas porque caralho me passou pela cabeça que podia não ir? Não posso não ir! Quem sabe quantas mais terei. Quem sabe quando voltarei a ouvir fado académico com eles. Quem sabe até quanto tempo passarei sem os ver nos próximos tempos. Caraças. Hoje não é dia para preguicites agudas da minha parte. Não. Hoje eu vou.

sábado, 16 de outubro de 2010

Contrato assinado.

Namorei muitos. Estive quase de casamento marcado por um, que acabou por deixar dúvidas no pai da noiva, e cancelou-se o casamento. Hoje, finalmente - para bem dos meus pecados -, depois de um amor tresloucado e à primeira vista, aconteceu o casamento: comprei o meu primeiro carro! É um Peugeot 207 Sportium. Vem sábado, falta tratar dos seguros e assim que não percebo nada disso, e eu estou feliz!

Guess you just found out why.

Este estudo revelou que as mulheres atendem sempre o telemóvel, a não ser que estejam a ter sexo com alguém.  Pronto, aqui começam a fervilhar as cabeças de quem me conhece. E entretanto, eu gostava que alguém me dissesse como é que se realizam estes estudos. É que deve ser no mínimo uma coisa engraçada.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Existem datas que não são apenas dias.

E a data do meu aniversário é uma mordomia da qual não abdico. E, consciente do prazer que sinto pela celebração, comovo-me pelas manifestações de ternura, carinho e afecto presentes o ano inteiro mas que nesse dia se enaltecem de forma natural.

No dia anterior a uma noite de mesa cheia, embaraços e sorrisos cúmplices, outra noite de mesa cheia no meu aniversário. E a 24 a minha mãe escreveu-me uma coisa bonita onde dizia que eu, apesar de crescida agora, aos seus olhos seria sempre a mesma menina que gostava de ver as formigas sentadas no degrau da soleira ou que corria atrás do patinho que tão teimosamente tive de trazer para casa. A acompanhar as letras, uma imagem com cerca de 20 anos. Uma miúda pequena de mãos nos bolsos com olhar desafiador para quem fotografava. 

Reparo que ainda hoje ando muitas vezes de mãos nos bolsos. Lá já não encontro lápis de cera ou pastilhas elásticas. Não estão lá a cana de pesca feita pelo meu avó e muito menos os rebuçados surripiados ao armário da sala da avó. Mas sei que, cada vez que ponho as mãos nos bolsos, continua lá guardada a certeza de que todos os dias podem ser bons. 

Na noite dos meus anos, venho à janela e, enquanto fumo um cigarro e abraço-me do frio, não posso deixar de pensar que a vida pouco me tem sido madrasta. Em vinte e dois anos, tenho dias de sol e dias de chuva, dores e arrepios, gargalhadas e sorrisos. Tenho música, letras, cartas e postais. Tenho perguntas e respostas, desejos e concretizações. Tenho amigos mais amigos, família. Tenho tempo e paciência e esperança e saudade. Fiz anos e apaguei as velas duas vezes. Só que desta vez mais nada tive para desejar. 

[Um obrigada muito sentido a quem comigo atravessou as noites de 23, 24 e 25. Não podiam ter sidos outros a lá estarem. Mais uma vez, mais umas noites, mais momentos partilhados. Felizes e embaraçosos, inesquecíveis]

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Há coisas.

Há coisas que só encontram espaço no imaginário. Que só acontecem aos outros. Que não cremos reais nem possíveis. Que são verdades meias contadas, porque se querem mentiras. Que nos deixam como se a alma se separasse do corpo. Que nos deixam cansados sem sentir o cansaço. Que nos deixam adormecidos apesar dos nossos olhos estarem o mais abertos possíveis. Que nos toldam a visão mas que tornam os outros sentidos mais atentos. Que nos fazem rir e choramingar, sem sabermos definir o sentimento. Que nos fazem tão bem. Que sabem tão bem partilhar em segredos. Há coisas assim, daquelas. Que nos oferecem os momentos da nossa vida. 

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Férias. 2010

As férias foram cá dentro, num lugar onde apenas se vislumbravam resquícios de modernidade. E eu, como sempre, dos píncaros do meu pessimismo citadino, fui reticente, muito. Apesar disso, foram dias aprazíveis, com praias e castelos, barragens, banhos de rio, montes, lágrimas e sorrisos, companhias. Foram muitos dias sem telemóveis, sem internet e sem chuva na televisão. Dias em que o tempo se media pelo sol e as horas se contavam pelas badaladas do sino. Almoços e jantares com outro sabor, seja pela água da fonte para a mesa, pelos legumes apanhados imediatamente antes de irem para o tacho, pelo pão acabado de sair do forno, seja pelas alheiras feitas pelas mãos carinhosas e preocupadas de uma avó. Momentos de silêncio em que a consciência está à tona ou então de calor e generosidade com as pessoas da aldeia. Se calhar, voltava lá novamente.

A arte de cozinhar

Li no outro dia, num blogue qualquer (que não sei mesmo qual foi, salvo referência) que existem dois tipos de pessoas: as pessoas microondas e as pessoas cozido à portuguesa.
As primeiras são o fast-food, aquelas que rapidamente me servem com o que pensam elas quero comer. Comida quente, pronto a server, que está ali à disposição, que comemos sem que recordemos aquele jantar. As outras, as cozido à portuguesa, eram aquelas que davam trabalho, no cozinhado e na comida. Exigiam tempo, atenção e muitas colheres de paciência. Têm um processo de cozedura demorado, mas no final conseguem deixar um paladar inesquecível na boca de quem prova.

É assim. É exactamente assim. Eu atrevo-me a dizer que é assim com tudo na vida. 

sábado, 28 de agosto de 2010

iWish



Eu tenho dois amores.

Andava embeiçada por este menino lindíssimo.
[Renault Megane Coupé]

Mas hoje vi outro e conquistou-me o coração (e a carteira).

´
[Novo Opel Astra Cosmos]

Dois amores que em nada são iguais, e não tenho a certeza de qual eu gosto mais. E vocês, de qual gostam mais?

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Não há fumo sem fogo.

Aconselharam-mo. Publicitaram-no. Vi-o muitas vezes, ainda que não tivesse falado comigo e me convencesse a tirá-lo da prateleira. Mas o Verão traz tempo morto e, há duas semanas, por mera curiosidade, comprei o primeiro volume de Os Pilares da Terra, de Ken Follett. Devorei-o em cinco dias. E comprei o segundo volume. ADOREI!
O(s) livro(s), magistralmente bem escritos, transporta-nos à Idade Média, a um mundo de reis, rainhas, damas, cavaleiros, pedreiros e monges, castelos, cidades e catedrais. O amor e a morte cruzam-se a cada momento, num percurso em que o Homem se eleva aos mais altos píncaros. Cativante desde o início, aposto que se recusará a ficar esquecido.

[a agora existe também em série. igualmente muito bem escrita e filmada, mas nada retira o prazer de deixarmos a nossa imaginação voar através do mundo que sai de dentro de um livro]

Fotografias

Hoje espalhei fotografias por todo o meu quarto, enquanto as revia lentamente, uma a uma. São as fotos que me fazem ficar presa ao passado por uma teia de saudade. E chega a nostalgia, a pena e a inquietude de espírito. Voltei a guardá-las, porque não posso, nem quero viver no passado. Viver do que já foi é correr atrás do vento, é agarrar água numa mão fechada. Guardei-as e não quero mais revê-las em saudosismo. 
Hoje é o presente, amanhã é o futuro. E no futuro sempre haverá brisas novas a espreitarem por qualquer janela. 

É que todos os fins-de-semana, haja paciência!

Eu não sei se quero ir passar um fim-de-semana perto da praia, a beber caipirinhas de vodka preta e a fumar uns charros com umas pessoas que só sabem falar de sexo. Assim, à descarada. Do que fizeram ontem, a semana passada, o ano passado, há dez anos, com o Joãozinho e com o Joaquimzinho, com o branco e com o preto, com o tímido e com o depravado. Pronto, não sei se quero.

[Adenda: ok. Já disse que ia].

Não se escrevia nada por aqui.

Porque também é preciso um tempo para desanuviar, para assentar as ideias, para ganhar vontade, para pôr os pontos nos i's. E para ter férias. Agora, estou de volta novamente, com mais vontade. 

domingo, 11 de julho de 2010

São apenas nomes.

[Jorge Palma - A gente vai continuar]

Revejo mentalmente todos os nomes na minha cabeça. Quando. Como e porquê. Chegam e atropelam-se uns aos outros. Os beijos, os sorrisos, as lágrimas, os sentimentos, as acções. Uma mistura. E eu serei sempre a miúda à espera que as coisas aconteçam. Estou cansada e faltam-se braços onde descansar. Mas enquanto houver ventos e mar, não posso parar!

  estou cansada e faltam-me abraços onde descansar.

sábado, 10 de julho de 2010

A song that reminds me of somewhere.



[Vanessa da Mata & Ben Harper - Boa Sorte /Good Luck]


Há um desencontro. Veja por esse ponto. Há tantas pessoas especiais.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A song that reminds me of someone.

[Cas Haley - Walking on the Moon (acoustic)]

Do amigo que, antes de entrar na minha cabeça, pronuncia sempre um 'diz-me' antecipado. Do amigo, com quem um 'gosto de ti' assim é melhor do que qualquer amo-te. De um amigo que me liga nem que sejam cinco da manhã, porque acredita que os amigos não dormem. De um amigo que, ao olhá-lo, penso que não devia ter crescido nunca. De um amigo que me faz querer manter a ingenuidade, o sorriso de miúda e os pensamentos de teen. De um amigo que me faz acreditar que assim começam as histórias-de-amizade-para-sempre. 

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Cairam as pontes entre nós...

Não sei se é do momento, se é das mentalidades, se é sequer do meu complexo de estou-sempre-a-queixar-me-ou-a-inventar-queixas para me poder complacer de uma vida onde nada se passa. Não sei se é de uma coisa ou de outra. Mas a verdade é que acredito cada vez mais que se está a criar um fosso entre mim e eles, o que faz com que não me apeteça partilhar com eles as mesmas coisas que antes partilhava, passar os mesmos momentos que antes me sabiam tão a doce e que agora me sabem ligeiramente a amargo. E eu tenho (mea culpa) muitas vezes da sensação paternalista de olhar em certas atitudes e comentários meios de lado que por vezes faço ou, pelo contrário, dos silêncios que crio. Demasiadas vezes reviro os olhos (apenas mentalmente) e solto um suspiro de pfff (também mentalmente). Outras vezes, igualmente demasiadas, não tenho muita paciência para o que se passa nem para o que de muito se conversa. E a culpa, essa, será mesmo do grau de diferença que têm as nossas vidas e as nossas realidades.


[E há vezes em que não tenho mesmo paciência. E há vezes em que nem sequer entendo. E sim, o problema só é meu. E não, não trocava o meu desconforto por um melhor entendimento do mundo de quem me rodeia. Porque isso implicaria que o meu mundo fosse diferente. Se calhar chama-se parvoíce. Ou talvez se chame maturidade.]

terça-feira, 6 de julho de 2010

A song that makes me sad.

[Carlos Varela - Una palavra]

Das (minhas) amizades

Eu não mando mensagens de bons-dia. Eu não dou beijinhos e abracinhos. Eu não ligo todos os dias nem mando trinta mil emails só para saber novidades. Eu não alinho em tudo, não vou a todo o lado. Eu não desejo felicidades antecipadas nem ligo propositadamente para dar parabéns. Raramente dou o primeiro passo para combinar encontros. O meu ser amiga colide frequentemente com o meu ser de bicho-do-mato mais vezes do que gostaria.

Mas as pessoas de quem sou efectivamente amiga sabem que, faça chuva ou sol, dia ou noite, estou disponível. Aconteça o que acontecer, estou lá. Seja para aturar uma bebedeira, para enxugar uma tristeza ou celebrar uma coisa boa. E sei que se ligar o 9-1-1 das amizades, tenho do outro lado alguém para mim como eu para esse alguém. 


 [What is a friend?]

domingo, 4 de julho de 2010

O meu pai.

O meu pai fez cinquenta anos ontem. E, mais uma vez, percebi o quanto aquele senhor me influenciou a ser como sou. Ontem, nos prazeres dos sabores e da música. Mas, sei, partilhámos mais do que isso. E eu não sou quem eu sou sem ele. Parabéns paizinho!

[e, nos entretantos, escrevi e apaguei tantas palavras. Elas diziam o quanto eu gosto dele, do meu pai. O quão ele é importante para mim. O quanto sortuda sou por ter um pai assim, como o meu, que me ama, que me protege, que me ensina a viver e que, de forma intencional ou não, me fez pelos seus moldes. Amo-o muito, por mais piroso que pareça o sentimento escrito nesta palavra]


segunda-feira, 28 de junho de 2010

My favorite song [all times]

(at least for now)
[Coldplay - The Scientist]

Oh let's go back to the start...

Apatia

Na quinta-feira passada, por culpa de (mais) um vírus qualquer que me infectou, fui ao centro de saúde e avaliei as minhas tensões. Estavam baixas, como sempre, mas mais do que sempre.
Tive tempo depois para pensar sobre isso, e cheguei à conclusão óbvia: não tenho nada que faça o meu coração bater mais forte.

Estive, noutro dia, a rever Roswell. Ela escrevia no seu diário que, dias depois de pedir que algo acontecesse na sua vida, que não a fizesse ser apenas uma rapariga de uma cidade pequena presa na rotina, um mundo novo aconteceu. Não é que queira extra-terrestres na minha vida, mas precisava de algo que me incendiasse o coração. Até que me queimasse.

O dia de amanhã é sempre outro dia. Sem uma busca incessante por algo ou por alguém. Sem nada que me faça querer sair e viver. O meu coração está apático. Vivo enleada em regras, condicionantes e consequências, o que vão dizer, o que vão pensar. Sinto falta de sentir, forte.

Habituei o coração ao optimismo inerte que sempre me acompanhou nos passos. E que me acompanha, mas vagarosamente. E sinto falta de uma paixão de outros tempos.


sábado, 19 de junho de 2010

Este blogue tem estado de greve.



CUIDADOS MÍNIMOS ASSEGURADOS.

Dias

Ontem à noite, quando desabafava com um amigo sobre o número de horas que tenho dormido nas últimas quatro noites, ele surpreendeu-me: "Mas se não fizeres assim agora, quando é que achas que vais fazer?". É uma resposta normal, pelo menos aparentemente. Mas só aparentemente.

Porque a idade avança, a vida também. E deixa-me cada vez mais com a certeza de que na vida tudo tem o seu tempo também, fazendo a diferença entre o certo e o errado.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Precisa-se.


um amigo a sério não é aquele que fica connosco quando estamos em baixo. um amigo a sério é aquele que está independentemente do nosso estado
[e quando metemos a pata na poça, naquelas bem fundas]

Amigos.

quantidade não é sinónimo de qualidade [repetir]. alguns que não estão comigo fazem-me tanta, mas tanta, falta. outros absolutamente nenhuma. e talvez seja necessário perdê-los para perceber [em detalhe] quais são.

sábado, 17 de abril de 2010

Sozinhos podemos chegar mais rápido, mas juntos vamos mais longe

Todos os momentos da nossa vida podem ser lições, sejam eles bons ou maus. E, sem dúvida, que há momentos que, pela intensidade com que são vividos, se tornam grandes lições de vida. Tal como o foi a Caminhada a Santiago de Compostela, organizada pela Academia do Porto.

Lembro-me de entrar nesta caminhada apenas por um motivo, já por si grandioso: a praxe. Contudo, agora, uma semana após a digestão de todos os sentimentos experienciados e (quase) curadas todas as mazelas de cinco duros dias, já não consigo dissociar-lhe outros motivos que me levarão a repetir esta caminhada, se a vida mo permitir.

Admito que toda esta caminhada foi uma luta interior, silenciosa, acompanhada de lágrimas e sorrisos e gargalhadas espontâneas. Dessa luta, sinto que cresci enquanto pessoa para os outros. Porque nesta caminhada é palpável a força interior de uns que contagia os outros, a resistência de cada um, ultrapassar limites pela companhia, a diferença entre as pessoas que acabam por formar um grupo que tem mais força que a soma das forças de cada um.

E, por isso, uma palavra de apreço (até poderia agradecer, se isso pudesse ter lugar em praxe) a todos aqueles que me acompanharam nesta caminhada terrena, de sítios de cortar a respiração, e de mudança.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

De amanhã a 12

Tudo na vida deve ser feito como se fosse durar para sempre. Se depois o eterno não for mais do que algo perene, a paciência terá sido uma nobre arte aprendida ao longo do caminho para a eternidade. Só querendo tornar algo resistente, forte, eterno, poremos todo o nosso empenho nessa tarefa e, se ela fracassar, saberemos que a fizemos o melhor que pudemos!

É na sombra deste pensamento que amanhã, com dois dos meus melhores amigos, num grupo de homens e mulheres, crentes e não crentes, pessoas ocupadas e outras nem tanto, com vida familiar exigente ou com disponibilidade, com caras conhecidas e desconhecidas, num total de trinta pessoas, vou enveredar num dos maiores desafios que aceitei: a caminhada até Santiago de Compostela. Não foi uma questão de fé, nem de amizade. É por algo maior que isso.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

De hoje, há cinco dias atrás

Passado. Ai. Seriedade. Brincadeira. Saudade. Lágrimas. Risos. Copos. Asneiras. Gargalhadas. Partilha. Momentos. Cigarros. Fotografias. Abraços. Estupidez. Atrevimento. Berros. Ousadia. Beijinhos. Rostos. Presente. Desconforto. Mimo. Sono. Sinceridade. Tristeza. Maturidade. Cansaço. Felicidade. Afectos. Amizade.

Voltar ali lembrar-me-ia de uma noite, há quatro anos atrás. E trazer-me-ia a certeza de que sim, estava a ir-se embora. Entender que chegou ao fim é complicado, especialmente se o sentimos tão próximo como se quase chegasse. O caminho encurta-se, a vida por um fio. Tudo volta ao início, estou sem coragem. A ousadia tornou-se anseio. As despedidas são sempre frias, não há forma de lhes trazer calor. Resta amenizar o inevitável.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Hoje, um miminho

Às três princesas.
São mais novas que eu três anos, quase quatro para algumas. Conheci-as apenas o ano passado, mas a cumplicidade chegou com uma naturalidade surpreendente, que nos levou juntas numa viagem das nossas vidas em apenas alguns meses.
Elas são amigas entre elas. E eu não sou a amiga do estudo. Eu não sou a amiga com quem elas discutem música nem cinema. Eu não tenho metade da cumplicidade com elas, que elas têm entre elas. Eu não tenho as zangas que elas têm entre elas com nenhuma delas. Mas eu sou uma coisa, a mais velha. A que dá mimo, conforto e sermões. A que dá boleia para casa. A que lhes tenta ensinar umas coisitas.
E, apesar das diferenças, somos amigas e cúmplices. Daquelas que partilham recordações de momentos, viagens e experiências novas. Que partillham dúvidas e alegrias. Que juntam a felicidade de cada uma – eu sei que são felizes, e eu sou feliz! – à das outras, aumentando-a por três, seis, nove e doze. Por isso, princesas pequeninas, que as coisas têm de ser ditas enquanto é tempo, obrigada por serem assim!


Adele - Make You Feel My Love

Enfermeiros, bem hajam!


Oito da manhã, para alguns podia ser quase um madrugar. Para nós, apenas a hora de início do turno da manhã. Mas, naquele dia, ninguém ia para o hospital. A expectativa era grande, mas a certeza que, desta vez, estávamos unidos acalmava os ânimos. Mas nada podia prever o cenário que encontrámos perante os nossos olhos depois de 300 quilómetros de viagem. Vinte mil batas brancas unidas por uma causa, num passo junto e ritmado, num conjunto de vozes que se fizeram ouvir durante mais de duas horas. E na avenida reparei: o princípio e o final da nossa luta eram mais longe do que os meus olhos podiam alcançar. Regressámos ao Porto com um sorriso na cara, o sentido de dever cumprido, da certeza de que, mais do que nunca, estamos unidos, de que vivemos um momento histórico para a nossa profissão e de não vamos desistir de lutar por aquilo que é nosso por direito. A vontade continua e a certeza de que merecemos mais também. Parabéns Enfermeiros!

domingo, 24 de janeiro de 2010

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Mudar, Arrepender-se. Refazer.

Há poucos dias, numa conversa banal e menos banal, uma ela, bem próxima de mim, perguntou-me: Agora que chega ao fim, o que mudarias?. Nada, respondi-lhe eu. Disse-me que mudava muita coisa no seu percurso, e eu, inquisitiva, não me satisfiz na resposta. Olha, porque sim…, voltou a dizer.


Eu não mudava nada. Nem os momentos em que me senti pior. Seria como comprovar-me que não gosto de mim, que as minhas pessoas não são as certas, que o faço não tem sabor. Claro que os dias ditam a sua diferença inequívoca, há dias fáceis e outros nem tanto. Mas de quatro anos levo uma certeza: gosto bem mais de quem sou agora do que quem era. E gosto bem mais do que cada um é. Não mudaria uma vírgula, repensaria uma decisão. Não trocaria um segundo desde então. Sou feliz assim!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Learn something new


O que a estatística me ensina! xD

...

Entre o cansaço de uma semana cheia dos nadas que são meus e uma quase quarentena forçada, aconteceu-me algo único. Sonhei com a mesma pessoa todas as noites. Ou são saudades ou é Freud a dizer-me qualquer coisa pelo meu inconsciente. E, como a pessoa em causa é (quase) presença diária na minha vida, não me parece que sejam saudades.
Não sei quem me incutiu esta ideia, mas desde pequena tenho a mania de não contar os sonhos bons, pois havia a superstição que estes não se realizariam se os andasse a espalhar aos quatros ventos. A verdade é que esta semana tive um sonho tão bom que tenho medo até de o relembrar. Por isso, com muita pena minha, não irei reproduzi-lo neste pequeno espaço perdido nos meandros da internet.
Fica só a pequena nota: Foi só e exclusivamente com ele.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Definitivamente.

Não vou voltar a beber.
Não vou voltar a beber.
Não vou voltar a beber.
Não vou voltar a beber.
Não vou voltar a beber.
Não vou voltar a beber.
Não vou voltar a beber.
Não vou voltar a beber.
Não vou voltar a beber.
Não vou voltar a beber.
Não vou voltar a beber.
Não vou voltar a beber.

[não depois de dia 1.1.10.]