quarta-feira, 20 de maio de 2009

Compromisso.

A vida é demasiado curta para andar metida no bolso. Para ficar contida no riso ou no choro, no grito ou na gargalhada, na palavra doce ou no palavrão. A vida é demasiado efémera para se perder em hipóteses, para não ser experimentada ao pormenor. A vida é demasiado breve para para ficar dobrada na gaveta do socialmente correcto. A vida é demasiado rápida para a pouparmos, para ser defendida dos excessos. A vida é demasiado rebuscada para ser explicada com a coerência necessária, analisada em números. A vida é demasiado pequena para não considerarmos todas as opções, para ser deixada ao acaso. A vida é demasiado valiosa para ser desperdiçada, para não ser esmiuçada na emoção e nos sentimentos. A vida é demasiado habitada por pessoas para ser solitária. A vida é demasiado cheia para ser vivida na ignorância.

A vida é o nosso compromisso maior.

Quando tiver de falar.

Tenho muitas coisas que lhe queria dizer. Tantas e em proporção com o medo que sinto ao pensar que um dia breve, porque a vida é demasiado curta para ser apenas contada, vou ter de lhe contar a verdade.

Nesse dia, poderei falar-lhe da primeira vez que o vi. Não esqueci o momento. Ou da segunda. Ou da terceira. Mas nenhuma foi definitiva, porque talvez à milionésima vez que olhei para ele vi uma pessoa diferente, que me surpreendeu. Nesse dia, poderei falar-lhe da primeira vez que conversámos sem pedras na mão, prontas para atirar um ao outro, e percebemos o quanto éramos parecidos. Fiquei surpresa pelo tanto que tínhamos em comum: pensávamos o mesmo, éramos da mesma forma e, ao mesmo tempo, tão diferentes. Nesse dia, poderei falar-lhe do momento em que me apercebi que algo tinha mudado, o quanto ele me fazia bem, o quanto ele me divertia. O quanto ele tinha mudado a minha vida. Nesse dia, poderei falar da sua paixão pela vida e pelas coisas, e o quanto a sua entrega me atrai nele. Nesse dia, poderei falar da sua teimosia e coragem, e do quanto isso é bom para mim.

Um dia, eu dir-lhe-ei isto tudo. Olho no olho.

Antes e Depois. Dele.

O que era rancor, tornou-se amizade.
O que era desprezo, tornou-se curiosidade.
O que era orgulho, tornou-se humildade.
O que era incerteza, tornou-se certa.
O que era medo, tornou-se coragem.
O que era tristeza, tornou-se felicidade.
O que era incompreensão, tornou-se entendimento.
O que era ignorância, tornou-se conhecimento.
O que era errado, tornou-se correcto.
O que era covardia, tornou-se ousadia.
O que era mentira, tornou-se verdade.
O que era desunião, tornou-se companheirismo.
O que era negação, tornou-se aceitação.
E o que era desamor, tornou-se amor.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Ela.

As emoções fortes, daquelas que nos fazem rir ou chorar às gargalhadas, já terminaram. Agora resta a alegria da vivência e a mágoa da saudade que já se teima em instalar. E resta dizer um obrigada sentido por todos os momentos vividos este ano. Foi, sem dúvida, um ano memorável. O ano em que, talvez, tenha crescido mais. Como pessoa e como praxista, uma vez que tenho a felicidade suficiente de ter ao meu lado pessoas de quem posso beber sabedoria e amizade, porque fazem da sua vida um exemplo de humildade e tradição.

Contudo, falar desta semana que terminou sem mencionar a minha madrinha seria pura hipocrisia. Ela, a minha doutora. Ela, o motivo pelo qual esta serenata foi mais sentida do que qualquer outra. Ela, porque sem a minha doutora a vida académica perde um pouco do seu sentido - só faz sentido vivê-la quando estamos acompanhadas. Ela que, de mansinho, numa atitude muito sua, esteve sempre presente e tornou todos os momentos especiais.
Obrigada por tudo, querida madrinha. Sem ti tudo faz menos sentido.

Queima das Fitas 2007+1 / 2009

De mais uma queima enquanto estudante. De mais uma queima com direito a tudo. De mais uma queima com uma intensidade diferente. De mais uma queima com uma magia diferente. De mais uma queima com memórias inapagáveis. De mais uma queima de espírito diferente.

De uma queima única onde senti especialmente a nostalgia da saudade e o entusiasmo do início. De uma queima eufórica onde nos senti a todos como um. De uma queima especial onde o sentimento de confortável voltou a ser compatível com o traje em Maio. De uma queima inesquecível partilhada com gente que não pensaria tão próximas nesta fase do meu percurso académico.

domingo, 3 de maio de 2009

Serenata.

Quando o Porto se enchia de cores e paixões, olhei-te de mansinho pelo canto do meu olho. Abracei-te de seguida. Quis-te mais que nunca. E no som das guitarras, quis que o tempo parasse naquele exacto momento.

O meu desejo é dar-te um beijo
É ter desejo de te beijar
Perdidamente, como quem sente
Que o teu sorriso vai acabar