sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Tarde demais

Quando penso no que somos agora, invade-me um sentimento que me é difícil reconhecer, tão poucas foram as vezes que o senti. Não é ressentimento, não é mágoa, não é melancolia. Poderá ser pena por sermos assim agora quando antes fomos tão diferentes, esse meu monstro papão que me enfurece num minuto enquanto no outro me entristece até às lágrimas. Para meu bem, dura apenas esse dois minutos, porque depois sorrio, tranquila, porque sei que foi bom enquanto durou mas nada se pode aproveitar do que ainda sobrou.

O que somos agora é apenas a sombra ténue e cada vez mais desvanecida do que já fomos. É como se o sol se pusesse devagar e a escuridão, cada vez mais negra e cerrada, se concentrasse, até um dia em que não conseguimos ver quem está ao nosso lado. E isso é uma pena.

Porque a vida já me ensinou que quando a luz volta a deixar ver tudo aquilo que o negro ocultou é quase sempre tarde demais.

Lembram-se...

do fim do mundo anunciado aqui?

Preparem-se... o fim do mundo chegará mais cedo que o anteriormente previsto. Afinal é a 6 de Julho de 2011. Afinal, eles vêm cá?

[Algum patrocínio para eu poder ir ver os Coldplay ao Alive deste ano? Sem ser o mesmo paitrocínio de sempre, de preferência]

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Do partilhar

Este blogue não adoPta o acordo ortográfico.

Pelo menos, não o adopta até não conseguir remar mais contra a maré.

E não se trata de defender os interesses nacionais até ao fim ou de princípios bolorentos de intelectualismo, até porque aqui não sou nem nacionalista nem sequer intelectual. Sou apenas uma cabeça pensante que não gosta de viver de aparências. Porque este acordo chega assente na bandeira da união, da uniformização, de criar uma só língua portuguesa, escondendo a flexibilidade natural da oralidade de cada língua. 

Mate-se então os regionalismos, a pronúncia do Norte, o Mirandês, o sotaque açoriano.

A língua portuguesa, com todas as suas variações que a tornam tão nossa, é a identidade do nosso país e arrancar-nos isso apenas em nome de uma esquizofrénica simplificação é apagar a nossa História, negar as nossas origens. E para aqueles que querem estar no mundo, digo que o inglês também se reconhece em variadas grafias e não foi à conta disso que correram a fazer acordos ortográficos.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

2011, so far...

[ao dia 6, ainda não provei o sabor a cigarro]
Instalou-se o desencanto. Sê bem-vinda realidade. Afinal, como li algures, há muitas coisas que podem abrir portas e encantar corações mas o carácter, essa coisa que define cada um de nós, esse sim é o que mantem as portas abertas. And you sir, are full of shit.