terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

De hoje, há cinco dias atrás

Passado. Ai. Seriedade. Brincadeira. Saudade. Lágrimas. Risos. Copos. Asneiras. Gargalhadas. Partilha. Momentos. Cigarros. Fotografias. Abraços. Estupidez. Atrevimento. Berros. Ousadia. Beijinhos. Rostos. Presente. Desconforto. Mimo. Sono. Sinceridade. Tristeza. Maturidade. Cansaço. Felicidade. Afectos. Amizade.

Voltar ali lembrar-me-ia de uma noite, há quatro anos atrás. E trazer-me-ia a certeza de que sim, estava a ir-se embora. Entender que chegou ao fim é complicado, especialmente se o sentimos tão próximo como se quase chegasse. O caminho encurta-se, a vida por um fio. Tudo volta ao início, estou sem coragem. A ousadia tornou-se anseio. As despedidas são sempre frias, não há forma de lhes trazer calor. Resta amenizar o inevitável.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Hoje, um miminho

Às três princesas.
São mais novas que eu três anos, quase quatro para algumas. Conheci-as apenas o ano passado, mas a cumplicidade chegou com uma naturalidade surpreendente, que nos levou juntas numa viagem das nossas vidas em apenas alguns meses.
Elas são amigas entre elas. E eu não sou a amiga do estudo. Eu não sou a amiga com quem elas discutem música nem cinema. Eu não tenho metade da cumplicidade com elas, que elas têm entre elas. Eu não tenho as zangas que elas têm entre elas com nenhuma delas. Mas eu sou uma coisa, a mais velha. A que dá mimo, conforto e sermões. A que dá boleia para casa. A que lhes tenta ensinar umas coisitas.
E, apesar das diferenças, somos amigas e cúmplices. Daquelas que partilham recordações de momentos, viagens e experiências novas. Que partillham dúvidas e alegrias. Que juntam a felicidade de cada uma – eu sei que são felizes, e eu sou feliz! – à das outras, aumentando-a por três, seis, nove e doze. Por isso, princesas pequeninas, que as coisas têm de ser ditas enquanto é tempo, obrigada por serem assim!


Adele - Make You Feel My Love

Enfermeiros, bem hajam!


Oito da manhã, para alguns podia ser quase um madrugar. Para nós, apenas a hora de início do turno da manhã. Mas, naquele dia, ninguém ia para o hospital. A expectativa era grande, mas a certeza que, desta vez, estávamos unidos acalmava os ânimos. Mas nada podia prever o cenário que encontrámos perante os nossos olhos depois de 300 quilómetros de viagem. Vinte mil batas brancas unidas por uma causa, num passo junto e ritmado, num conjunto de vozes que se fizeram ouvir durante mais de duas horas. E na avenida reparei: o princípio e o final da nossa luta eram mais longe do que os meus olhos podiam alcançar. Regressámos ao Porto com um sorriso na cara, o sentido de dever cumprido, da certeza de que, mais do que nunca, estamos unidos, de que vivemos um momento histórico para a nossa profissão e de não vamos desistir de lutar por aquilo que é nosso por direito. A vontade continua e a certeza de que merecemos mais também. Parabéns Enfermeiros!