quinta-feira, 31 de março de 2011

À amizade!

O mesmo bar, as mesmas pessoas, algum tempo de intervalo entre aquele momento e o último que podíamos contar. Contámos as novidades, o que fizemos, o que queremos fazer, falamos de tudo e mais alguma coisa, surpreendemos e fomos surpreendidos. E, embora o tempo que não estamos juntos, os meses de ausência, as semanas sem contacto, os dias sem lembrança, sabemos sempre que cada um de nós estará sempre no mesmo sítio, à sua maneira, com o mesmo sentimento, com a mesma amizade, ostracizando apenas o medo de um dia querer voltar e não haver braços que nos recebam.

Mas nos sabemos que podem passar dias e dias, meses e meses, talvez anos e anos que a nossa amizade partilhada, o carinho gerado e a relação tão arduamente construída, entre felicidades, sorrisos, alegrias mas também choros, zangas e birras, não se perderão. E, com a certeza do mundo reunida nestas palavras, sei que será para sempre, porque amizade assim só poderá ser para sempre.


segunda-feira, 28 de março de 2011

Deixar crescer

Na semana que termina Setembro, ano após ano, o ritual repete-se. Eles chegam, são jovens e agora conseguiram o que, com maior ou menor esforço, todos ambicionavam, o ensino superior. Muitos chegam de longe, com malas cheias de pertences e com os corações carregados de saudades. Para trás, deixaram uma terra pequena, a família e os amigos com quem cresceram até ali. Mas chegam no primeiro dia daquela nova vida, cheios de uma coragem que mascara o medo e a ansiedade. 

Entram com passos pequenos, tímidos. Ainda não percebem que ali passarão os melhores anos da sua vida. Em conversas envergonhadas, percebem que não são os únicos que se sentem perdidos num mundo novo, há mais alguém assim e formam-se alianças. De soslaio, chamam nomes aos mais velhos, que já por lá andavam e a quem agora chamam de doutores. Mas o tempo passa e um ano ganha a dimensão de um dia se vivido intensamente. Tal como quatro passam a voar.

No fim, percebo que me afeiçoei, mais do que esperava àqueles pequenos que vi entrar há quatro anos atrás pelos portões da que foi, é e sempre será a minha segunda casa. Penosamente, eles choram. Talvez se apercebam do mesmo, que o tempo é escasso e o deles também chegou ao fim. A mim, resta-me limpar-lhes as lágrimas, tranquilizar-lhes a alma e esconder a lagrimita que teima em cair como se eu fosse àquela mãe que quatro anos antes também os viu partir.

sábado, 26 de março de 2011

Oh madrinha...


...escusas de me perguntar o que eu quero na Páscoa! 
Oh Deus, morri e fui para o céu!

sexta-feira, 25 de março de 2011

Dinheiro, eis a questão!

Na terça-feira, fui a uma entrevista de trabalho, numa empresa que me tinha ligado de véspera. Esteja cá às nove e meia, disseram-me eles. Foram pontuais e, em menos de dez minutos, sai dali com a perspectiva real de um emprego de sonho numa filial da empresa de publicidade e marketing portuguesa mais conceituada. 

Parecia-me surreal. Bom ambiente, vencimento de sonho (um mínimo de 1210€ por mês), um cargo de gestão de pessoas, uma empresa de gente nova e oportunidade de progressão na carreira. Dada a minha falta de experiência (e conhecimento na área, admito), combinámos que quarta-feira iria passar um dia à empresa para ver se era bom para mim ou não aquele tipo de trabalho. O meu trabalho consistiria em deslocar-me a pequenas e médias empresas, lares, centros sociais e outros locais de aglomeração de pessoas e apresentar produtos das marcas com que a empresa trabalhava, sendo precedida por três comerciais, pertencentes à minha equipa, que iriam posteriormente vender os produtos. 

O primeiro dia foi de observação. Confesso que odiei, o dia nunca mais acabava, eu já rezava às alminhas para porem fim àquele tormento e maldizia-me por ter respondido àquele anúncio. Eram quase 21h quando, sentada no escritório do gerente, este se desfez em elogios  à minha pessoa e me propôs observação até hoje. Se continuasse interessada, assinávamos contrato. Pensei dizer que não estava interessada, mas depois pensei no vencimento e recuei. 

Ontem, mais um tormento. Ao longo do dia fui percebendo que afinal o tal ordenado não era bem assim. Por cada venda que os comerciais realizassem eu ganhava 11€, sendo que em média costumam ser realizadas cinco por dia. O horário era ainda mais extenso do que o planeado. O transporte para as instituições tinha de ser assegurado por mim e subsídio de refeições não existia. Mesmo assim, mentalizei-me que era um emprego e que tinha de aproveitar a oportunidade, comer e engolir.

Mas hoje de manhã foi a gota de água. Mandaram-me para um centro de dia para idosos em Baguim do Monte promover um massajador de pés. Lá fui, ainda que um pouco confusa com a situação. Fiz o que me competia e, no final, como tinha tempo, fiquei um pouco na conversa com uma idosa do centro de dia, muito simpática. É então que vejo um vendedor impingir a um idoso um dos massajadores, que custava 70€. O idoso dizia-lhe que não podia comprar, que era aquele o dinheiro que tinha até ao final do mês mas o vendedor, hábil na sua manipulação para vender, embrulhou o pobre homem em tamanho enleio que o senhor acabou dar os seus últimos 70€ do mês em troca de uma coisa que, provavelmente, nunca iria usar.

Aquilo enojou-me profundamente, deu-me asco. Mostrou-me o quão vil consegue ser o humano para conseguir os seus intentos. Fiquei tão incomodada que quase de imediato, apenas pelo respeito que mantenho por todos, meti-me no meu carro, encaminhei-me para a empresa, interrompi uma chamada telefónica do gerente e disse-lhe, educamente, que não sou feita para vender banha da cobra a ninguém, que o dinheiro não é tudo. Não tão educadamente, fui chamada de idiota por desperdiçar a oportunidade de ganhar muito dinheiro. Perdi então um pouco as estribeiras e mandei-o meter o dinheiro num sítio que cá sabemos, porque os meus princípios, esses não há dinheiro que os possa comprar! 

[oficialmente de volta à procura de emprego]

Kleben Sie Ihre Nase*

[foto tirada no protesto da Manifestação Geração à Rasca, de 12 de Março]

A Sra. Dona Angela Merkel falou hoje ontem publicamente sobre o Parlamento Português, lamentando que estes tivessem feito o que era de sua competência e se tivessem pronunciado negativamente sobre as medidas de um governo minoritário. Ora, Senhorita Merkel acabou de pisar uma linha ténue ao criticar o parlamento português, metendo o bedelho onde não é chamada* [pois, caros socialistas isto não foi um elogio ao nosso primeiro-ministro demissionário, fica-lhe bem esta expressão].

A chanceler alemã tem todo o direito de criticar o governo português por faltar aos seus compromissos, depois de apresentado o plano falhado no Conselho Europeu. Tem o direito de criticar o lamaçal em que Portugal vive no momento, tem o direito de se preocupar com a sua Alemanha e de liderar o seu parlamento. Mas em Portugal a senhora não ganhou eleições. Nenhum português votou nela. Mas todos os nossos políticos já se vergaram à sua influência, porque enquanto uns se gladiam com a situação vendo-a como palavras de apoio, os outros amedrontam-se, sem coragem para lhe dizer que "em Portugal mandam os portugueses".

quarta-feira, 23 de março de 2011

O Sócrates salvou-me o dia!

Depois de um dos piores dias da minha vida no que diz respeito à área profissional, cheguei a casa de lágrimas nos olhos, desiludida, triste, desmotivada, a sentir-me enganada, burlada quase. Quando o meu pai me vê entrar naqueles prantos em casa, diz-me prontamente: "Alegra-te filha, o Sócrates está a demitir-se neste momento".

No fundo, o Sócrates salvou-me o dia!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Hoje é um dia complicado.


Hoje é um dia complicado pela dualidade de sentimentos que gera. Por um lado, estou verdadeiramente triste, como poucas vezes me senti na vida. Por outro lado, sinto-me bem, como que quase feliz. 

Hoje mais três amigos, daquela gente que faz parte da minha gente, de quem sofro as angústias como se as sentisse no meu peito e rejubilo com as conquistas como se fossem minhas, apanharam um avião que os levaria para começar uma nova vida num outro país. A próxima vez que os verei, não sei, poderão passar-se meses ou anos, não sei. E isso entristece-me profundamente.
Acredito porém, porque só assim poderia ser, que a amizade conseguirá sobreviver sem a presença, sem o toque, sem a palavra. Aguardo as suas novidades ansiosamente, espero que me contem que estão bem, que a adaptação foi boa, que estão felizes e que conseguiram tudo aquilo que ambicionavam no momento em que partiram. Que me contem coisas que me encham o coração de felicidade por eles. E por isso não me posso permitir ficar triste quando sei que eles foram à procura do seu sonho, um acto de humildade, coragem, na expectativa de começar outra vez que eu não consigo alimentar. Fico feliz por eles.

Em menos de quatro meses, foram seis as minhas ausências. O Pedro e a Carla. Depois, a Natália, corajosa. Agora, a Daniela, o Ricardo e a Raquel. As saudades matam-se aos solavancos, momentos espalhados no tempo e quase sustenho a respiração de tão ansiosa que estou pela próxima terça-feira para rever os dois primeiros. E conto ansiosamente os dias em que verei novamente os restantes.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Pimenta na língua

Começou quando surgiu um diploma de licenciatura assinado num domingo, de um aluno a aguardar quatro notas que, coincidência das coincidências, foram lançadas igualmente no mesmo domingo, assim enquanto o padre rezava a missa e se via o futebol. Depois, ficou mais criativo e disse que fazia trabalhos pro bono quando aparecem registos de deduções no fisco. E como uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade, o país acreditou.

Seguiu-se uma campanha eleitoral, onde prometeu mundos e fundos. Das suas promessas eleitorais, disse criar 150 mil postos de trabalho (serão tantos os números de tachos dos militantes socialistas?), criar empresas, aumentar os funcionários públicos acima da inflação. Criticou veemente a introdução de portagens nas SCUTS e prometeu que, em quatro anos, iria acabar com a pobreza. Inocentemente, foi eleito.

No poleiro, as mentiras aumentaram em proporção com os seus enganos e as suas gafes. Apontou a falha na avaliação dos professores, esquecendo porventura o facto de que foi ele a acabar com as que permitiam progressão na carreira. Apanhado a fumar num avião, após aprovar uma lei que proibia o fumo em espaços fechados, desculpou-se dizendo não estar ao corrente da lei. Enalteceu que o Magalhães era um produto made in Portugal e iniciou uma distribuição pelas escolas, em que os computadores eram ofertados e recolhidos após a fotografia (a minha avó costuma dizer que quem dá e tira ao inferno vai parar). Mentiu, desmentiu, mentiu, desmentiu sobre as SCUTS e depois envio um lacaio para fazer o seu trabalho sujo, anunciá-las. Dos aumentos prometidos para a função pública, inverteu-lhes o sentido e o resultado foram cortes muito penalizadores para os trabalhadores. Em altura de Festas, apresentou-se como o Pai Natal de Portugal e disse que a prenda este ano seria o preço mais baixo dos combustíveis, tudo responsabilidade da sua capacidade de negociação, facto que "Cometa" Silva Perereira e "Rudolfo" Teixeira dos Santos se apressaram a confirmar. E provavelmente há mais situações que a minha memória, finita em capacidade, não consegue suster.

Talvez na campanha eleitoral que se avizinha tão provável como o FMI, à qual já prometeu recandidatar-se, diga que foi ele que inventou a roda, que geriu o fim da Guerra do Iraque e que está a ser realizado um inquérito para avaliar se foi ele quem criou o Universo ou não.

Hoje, mais uma no role imenso: depois de anunciar em Fevereiro a descida do preço dos medicamentos em Abril, vem dizer que afinal já não vai baixar o preço dos medicamentos, acrescentando ainda a Ministra Ana Jorge, com um descaramento político daqueles que já não se viam desde a ditadura, que se os portugueses estão numa situação insustentável, então mais um roubo também não irá fazer diferença nenhuma.


O Sócrates tem sido um menino muito mal-comportado, sem dúvida. Com tanta mentira, se o Sócrates morasse cá em casa, aposto que a minha mãe já lhe tinha posto pimenta na língua.

Da agressão

Portugal, apesar de às vezes parecer uma autêntica república das bananas, ainda é um estado de direito. Ora, num estado de direito, um individuo ou uma instituição têm o direito a ver preservada a sua imagem, a sua reputação e a sua dignidade. Para manter essa legalidade, existem crimes como difamação, punível por lei em Portugal. Desculpando-me por ser leiga no assunto, creio que o crime de difamação consiste na ofensa à honra de alguém através da atribuição de um facto a alguma pessoa, sob a forma de suspeita ou de um juízo.

O vice-presidente do Benfica, Rui Gomes da Silva, veio queixar-se que foi agredido quando saía do Restaurante Shis no Porto, onde curiosamente o treinador do Porto jantava. A isso, juntou as insinuações de que o André Villas-Boas poderia ter contactado alguns membros dos SuperDragões para lhe limparem o sebo. Numa situação normal, sendo alguém agredido à saída de um restaurante por gente que até consegue identificar, o passo seguinte seria apresentar-se na polícia e, posteriormente, numa instituição hospitalar para documentação de agressão física e então apresentar queixa contra os agressores. Nada disso se verificou nesta situação.

Porque se calhar até nem dá jeito que seja investigado o que não se passou. Porque se calhar é mais do mesmo, um apontar de dedo sem que nunca se verifique consequências para nenhum dos lados mas gerador de um entretenimento suficiente que permita afastar as atenções dos resultados vergonhosos do Benfica na Liga Portuguesa.  E porque no meu país difamação é crime, se fosse comigo já estavam a levar com um belo de um processo judicial em cima!


Cartoon por HenriCartoon, daqui

Ninguém diria, a sério...

(clicar na imagem para visualizar em melhor qualidade)

O monólogo do PM

Sentei-me à frente da televisão, afinal a minha mãe disse-me que o Primeiro-Mentiroso ia falar outra vez ao País. Vá de ouvir o que o Sr. Sócrates tem a dizer, já que ontem o troquei a meio pelo jogo do FC Porto. A verdade é que não perdi nada e o grilo, hoje, volto a repetir o que ouvi ontem em meia entrevista.

A saber-se: o PSD não quer brincar mais com ele; graças a deus que os jovens não lhe botaram fogo à casa nem lhe furaram os pneus do carro no sábado; ele é o melhor primeiro-ministro que portugal já teve, veja-se o défice; o Sócrates foi convidado para ser de um partido da oposição na Irlanda (ai que o teu mal faz-me tão bem...); este quarto PEC é mesmo o último, escrito para já; depois dele, é o inferno em cuecas; ele demite-se no dia da votação do PEC IV, porque não é "agarrado ao poder?"; vamos ter de levar com ele em mais uma campanha eleitoral.

Cartoon por HenriCartoon, daqui

terça-feira, 15 de março de 2011

Venha o diabo e escolha

No domingo, estávamos todos à mesa, em mais um almoço de família, quando alguém reparou que o mais novo estava a esconder os legumes debaixo do prato para evitar comê-los. O ralhete veio rápido e eficaz, como costume. E o pequeno, usando as suas já elaboradas estratégias de chantagem, disse algo como "Tu é que sabes, posso comer a carne e a sobremesa todo satisfeito ou vomitar se me obrigares a comer os bróculos", traduzido para linguagem de um miúdo de quatro anos.

Ontem o nosso Primeiro Ministro, o Sr. Sócrates fez o mesmo. "Ou eu ou o FMI", acompanhado por um discurso patriótico, cheio de emoção, um ensaio para a campanha junto do povo sendo isso tão útil como distribuir canetas do PS no Mercado do Bolhão. Fazer essa afirmação é obrigar os portugueses a escolher entre sobreviver com um camelo e viver na merda, esperando uma saída airosa com o PS a perder com mais votos.

Cá por mim, já aprendi a lição: a merda ainda pode ser estrume, mas um camelo nunca se tornará água.

Geração à rasca




Chego tarde e a más horas com o comentário à manifestação da geração à rasca de dia 12. Tal e qual como esta manifestação chegou, tarde. Eu fui à manifestação de sábado, acompanhada da minha mãe e alguns amigos que ou estão na mesma situação que eu ou se preparam para emigrar. Fui, sou a favor dela e gostei de lá ter estado.
O que se passou no sábado foi resposta suficiente a todos os que no pré-manifestação nos criticavam porque  contra factos não há argumentos e 300 000 pessoas não podem ser um bando de rascas que decidiu fazer os santos em Março. Convenceu a todos, menos aos idiotas. Porque um idiota será sempre um idiota. E certos comentadores serão sempre idiotas. Porque são incapazes de ver que o que se passou foi um basta, foi um desabafo colectivo de 300 000 portugueses que saíram à rua e disseram bem alto 'foda-se a merda que nos governa, chega!', ainda que lhes faltassem soluções para o problema. Mas arrogo-me a dizer que nem as têm de ter, afinal não é ao povo que pagam para ser políticos. Competência, ora aqui está a solução.

Eu nunca fui boa aluna a matemática.

O que sei sobre golfe é muito pouco. Geralmente, associo-lhe a imagem de um empresário rico que bate umas bolas pela janela do escritório enquanto despede meia dúzia de funcionários ou um grupo de políticos reformados que se encontram em amenas cavaqueiras nos campos de golfe. Estereótipos não são mito e, face às medidas anunciadas pelo Governo, fui procurar!

Então vejamos: cerca de 1 milhão de viagens são realizadas todos os anos para jogar golfe. Nessas viagens, o gasto médio de cada pessoa que pratica golfe é de 260€ diários, sendo que pode variar entre 100 a 600€, tendo em conta a categoria do campo de golfe e o grau de sofisticação dos serviços. Quem costuma realizar estas viagens são maioritariamente homens com mais de 40 anos, de nível socio-económico alto. Utilizam avião para chegar ao destino e lá usam carros alugados. Dormem em hotéis de 4 e 5 estrelas. Repetem esta actividade entre uma a três vezes ao ano. As empresas que gerem os campos de golfe em Portugal geram por ano cerca de 350 milhões de euros, tendo uma taxa de crescimento de 16% ano. 
Todas estas informações foram retiradas daqui
Agora, o Governo decidiu que o IVA desta actividade iria ser 6%.

Em Portugal, no ano corrente, produtos como o leite, os sumos, os alimentos de conserva, as geleias, o peixe e a fruta não transformados têm IVA de 23%. Sr. Ministro Teixeira dos Santos, explique-me lá isto como se eu fosse muito burra. É que sabe, eu nunca fui muito boa aluna a matemática. E segundo parece o Sr. Ministro também não.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Das mulheres do XXI i


Qualquer conversa mais do que circunstancial entre a minha avó, a minha mãe e as minhas tias, ronda inevitavelmente os cozinhados, as lides domésticas e se a roupa está seca ou encharcada na bacia. E é com orgulho que apresentam a sobremesa favorita no almoço de domingo, que se gabam da roupa estar seca, passada a ferro e já arrumada no armário. Ou que lamentam o tempo, que molha e suja tudo. 

A mim, espécime único do género feminino na minha geração familiar, fica-me bem dizer que não sei cozinhar, que os botões da máquina de lavar são indecifrável e que economia doméstica é coisa disso mesmo, doméstica . Porque eu, no auge da minha juventude do século XXI, que visto Lanvin (ainda que comprado na H&M), que calço Loubotin que ai-jesus-nossa-senhora-não-podem-custar-menos-de-trezentos-euros, que leio livros (livros, a sério?) no Ipad e só comunico através do Iphone, sou uma mulher moderna, profissional e super actual, que debita marcas de luxo e, das duas uma, ou idolatro ou odeio a Margarida Rebelo Pinto.

Mas eu, de feitio difícil e gostando tanto de contrariar, digo que essas mulher modernas e actuais não passam de umas saloias que, com um orgulho idiota, assumem uma grande incapacidade. A minha avózinha pode não saber quem é o José Luís Peixoto, porque é que existem os óscares ou o que significa bimby mas em casa dela não é preciso ligar o Iphone e ligar ao take-away e não se gastam balúrdios em contas de lavandaria. À parte disto tudo, ainda brinca com o neto mais novo, ralha com o do meio e gosta de conversar com a única menina, faz renda como ninguém e passeia que se farta com o avô.

Ah, esqueci-me. Ela alimenta-se, veste-se e limpa-se. E tudo isto sozinha.

Tristeza e escrita não rimam

Mais uma chapada. Mais um não. Mais um obrigado, mas não é o que precisamos no momento. Mais um, numa enxurrada de nãos tão desmotivadores. Do inconformismo que vivo, não sei que mais fazer sem que tenha de abdicar de mim, da minha integridade, da minha moral porque os meus sonhos e as minhas ambições já estão bem arrumadinhos, embrulhados numa fita dourada, à espera de um dia mais solarengo, talvez um dia. São tantas as portas que se fecham à minha frente que começo a duvidar se haverá futuro, para mim, para nós. Para a semana, há mais uma tentativa, quase vazia de esperanças. Ai, estou cansada. Mas, felizmente, não me faltam braços onde descansar antes de mais uma batalha.

[não gosto nada de escrever quando estou triste, em nome de alguma qualidade literária. mas sabe bem à alma, e por isso escrevo]

quarta-feira, 9 de março de 2011

Não é por mim.

No fundo, no fundo, eu ainda não acredito que li aquilo, que presenciei aquela escolha. Talvez seja por ainda querer acreditar que, apesar da malvadez, do calculismo, do ego, ainda havia amizade. E está-me preso na garganta e no coração, porque daqui a dois dias serei eu que terei de contar-lhes a escolha que outro alguém fez. E sabes, não é por mim, é por eles...

Puta que te pariu, como é que foste capaz?

sábado, 5 de março de 2011

The show must go on!

E se a vida correr de feição, se alguém me quiser para trabalhar e se as notas, as dos dois tipos, chegarem, em Setembro, oh Deus nunca pensei dizer isto, volto aos bancos da universidade!
(again and again)