domingo, 28 de junho de 2009

Leões

É a fonte mais imponente que os meus olhos jamais verão. O estatuto soturno de quatro leões, que observam com olhar superior o recinto, é observado pelas pessoas que estacam, espantam-se e retomam a pasmaceira dos seus dias.

Estive lá há dias. Eu, ele e ele. Nós. Fomos lá, em prole daquele orgulho desmesurado que sentímos quando vestimos aquele traje negro e aprendemos a salvar o mundo do seu destino por quinze minutos que seja. E na Fonte dos Leões, por tudo aquilo que representa, tudo aquilo que já observou e pelos segredos que vai sempre guardar, deixámos a alma de molho. E ganhámos um novo folêgo, para continuar em frente.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

325 dias.

Chega não sabes bem como. Começa com um amor desamor, que te vai enlaçando. Primeiro, só mais um dia, só para conhecer. Depois, um mês, só para sentir o sabor. A seguir, um ano, para deixar lembrança. Passam-se três, passam-se quatro. E quase nem sentes o tempo que corre apressado, parece que foge de ti.
Vives sendo bipolar para os outros, fazendo todo o sentido para ti. Vives duas vidas paralelas que num ponto se entrecruzam, deixando-se de se distinguirem aos teus olhos. Sentes-te a crescer exponencialmente, bebendo das palavras de quem sabe o que diz. Vives tu, apenas tu, não necessitas de máscaras, e sabes que naquele lugar podes ser como quiseres. Unes-te a uma dor pequenina, mas aprendes que a dor traz consigo o doce sabor da conquista. Ensinam-te que deves ser forte mas apercebeste que todos podem chorar. Passas a acreditar que chorar não é uma fraqueza, porque ao teu lado, mesmo que as mesmas lágrimas lhe escorram pela face saudosa, estará sempre alguém que enxugue as tuas. Conheces gente, dás-te a essa gente que antes não querias contigo. Vives, vives, vives. Vives a mil. Vives tudo aquilo que consegues agarrar. E esforçaste para agarrar com ambas as mãos, não vá ela teimar em fugir. Sentes-te gente. Sentes os outros como gente.

E no final? E quando passarem os meus 325 dias? O que serei eu? Desaprendi a viver como antigamente. Já me parece tão longe aqueles dias sem rumo. O que serei? Serei apenas memória? Serei recordação? Serei mais um na tradição? Nada, serei nada para aqueles que ainda ficarão neste mundo que agora é tanto meu. Restam-me os meus 325 dias para viver o mais que puder, mas também para aprender a ser nada. Apesar deste ser um nada cheio de tudo.

Boas notícias!

Segundo o jornal americano Archives of Internal Medicine - pelo nome pomposo, deve ser credível - as mulheres que consomem álcool regularmente são mais saudáveis, uma vez que o álcool evita o desenvolvimento de doenças relacionadas com a pressão arterial e com o coração.
Os pesquisadores entrevistaram 320 mulheres entre os 35 e os 69 anos que tinham sofrido um ataque cardíaco e compararam-nas com 1565 mulheres saudáveis da mesma idade. Além de questionadas sobre o consumo de álcool, ainda respondiam sobre o uso de tabaco, alimentação e actividade físico. Resultado: as mulheres que bebiam uma vez por dia tinham 31% menos hipóteses de vir a desenvolver uma doença cardiovascular e o risco aumentava em 30% para aquelas que consumiam ocasionalmente. Além disso, as mulheres que bebem álcool duas a três vezes por semana são mais divertidas do que aquelas que não consomem nada.

Nos homens, estudos mostram que o consumo regular e diário de álcool aumenta o risco de problemas cardíacos severos.

Por isso, já sabem meninos: nos jantares, quem enche o copo somos nós! :D

Agora.

Chego a ter saudades do que até nem gostava muito. De pé, contigo, uma boa conversa e um copo de cerveja fresquinha no Piolho.

Para quem não conhece*


* a música do post anterior.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

De quem não se dá por satisfeito.

a tua pequena dor
quase nem sequer te dói.
é só um ligeiro ardor
que não mata mas que mói.

é uma dor pequenina
quase como se não fosse.
é como uma tangerina,
tem um sumo agridoce.

de onde vem essa dor,
se a causa não se vê.
se não é por desamor,
então é uma dor de quê?

não exponhas essa dor
é preciosa, é só tua
não a mostres, tem pudor
é o lado oculto da lua.

não é vício nem costume
deve ser inquietação
não há nada que a arrume
dentro do teu coração.

talvez seja a dor de ser
só a sente quem a tem
ou será a dor de ver
a dor de ir mais além.

certo é ser a dor de quem
não se dá por satisfeito
não a mates, guarda-a bem
guardada no fundo do peito!

(Rui Veloso - A tua pequena dor)

Deixaram-me as dores de coração. Posso agora apreciar aquela que me impele para ser sempre mais, sempre melhor. Dor pequenina, que não mata, mas que mói.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

domingo, 7 de junho de 2009

E eu ainda não vos disse que...

ESTOU FELIZ!

Distraída.

Este blogue já existe há tempo suficiente para ser pai. Este blogue já tem em si um Outono, um Inverno, uma Primavera e quase um Verão. Este blogue já tem 99 posts. Este blogue já leu textos em que ri, textos em que chorei, textos de mim e textos de outros. Este blogue já foi desabafos e já foi felicidade. Este blogue já me acompanha há tanto tempo.

Mas só ao centésimo post reparei que posso colocar etiquetas nos textos que escrevo.

Tu.

Invejo-te porque vives livre.
Invejo-te porque consegues deixar a tua marca.
Invejo-te porque, por mais que tentem e te forcem, nunca te conseguem vergar.
Invejo-te porque és único na tua maneira de ser e estar.

És a luz que me impele para os meus momentos de loucura, tão saborosos.
Sei que sem ti não seria o que sou agora.
Foi contigo que venci o meu mundo, que me extrapolei.
Obrigada por estares agora presente, por te dares a conhecer.

Sabes agora que sem ti não conseguiria, apesar de muitas vezes duvidar de ti.
Mas agora não, sei que tinhas razão.
Agora acredito em destino.
Agora acredito que é possível nadar até à lua ou subir até à maré.
Agora acredito que haverá certamente um fim.

Aprendi contigo a ultrapassar os meus limites.
Aprendi contigo a pensar mais longe. Ou a não pensar.
Aprendi contigo a abrir a mente.
Aprendi contigo que o melhor da vida é sermos livres.
Aprendi contigo que temos de ser melhores pessoas depois dos outros passarem por nós.
Aprendi contigo que nada é nosso e que tudo nos pertence.
Aprendi contigo a ser um bocadinho diferente dos outros.
Aprendi contigo que continuo a ser vulgar mas que sou especial entre os especiais.

Espero que no fim eu te encontre. E claro, espero uma noite de loucura, de perdemos as estribeiras, de nos deixarmos ir, de sermos só nós e todos os outros. Será a melhor da minha vida.

Tenho todos que preciso.

Perdi a paciência para ironias, para coisinhas sem qualquer importância e sem sentido. Consigo, finalmente, ser objectiva e deixar tudo muito claro, a quem quer que o seja. Perdi a paciência para falinhas mansas, para engolir comentários e pensamentos, para medir tudo aquilo que pensava.
Perguntam-me se estou apaixonada por alguém, por ter mudado. Por estar mais solta, mais feliz. O que devo responder? É claro que estou. Afinal, a minha vida é feita de paixão, de momentos e pequenas recordações felizes. Estou apaixonada por um corpo, por uma alma, por um sorriso, por um olhar, por uma voz, por uma maneira de ser e estar. Tão perfeitos e tão cheios de sentido que me parecem irreais, tão diferentes do que sou.

Alguém está insatisfeito? Alguém se sente magoado ou ofendido? Alguém se sente enganado? Eu sinto-me incomodada. Com mesquinhices, com comentários maldosos, com insultos, com tentativas de manipulação. Nós somos nós e depois, depois de nós ninguém tem nada a ver com isso. Afastem-se, se não gostam do que vêem. Tenho todos aqueles que preciso!

Ontem.

Acabei a tua frase. E tu acabaste o que eu estava a dizer. Foi estranho. 'Andam a passar demasiado tempo juntos', disse alguém, surpreso com tamanha sintonia. O facto de isso ter acontecido talvez tenha surgido por ter crescido contigo nos últimos tempos, por ter aprendido uma calma e uma maturidade que me faltavam. Obrigada por me fazeres crescer, em todos os sentidos.