Aquilo que se é.

Não sou certamente a pessoa melhor resolvida consigo mesma do planeta. Não tenho uma visão muito boa daquilo que sou – e talvez nem seja possível ter se olhar com olhos de gente. Sei que não trabalho o suficiente, não sou bonita o suficiente, não sou magra o suficiente, não tenho olhos azuis nem cabelo loiros e faltam-me, pelo menos, cinco centímetros para ter uma altura decente. Vejo mal ao longe. Não escrevo tão bem como queria, não consigo desenhar a coisa mais simples e nem sequer sei tocar algum instrumento – apesar de já ter tentado afincadamente.


Tenho noção que não sou a melhor pessoa do mundo. Nunca serei. Mas sei falar por mim. Penso por vontade própria. Questiono-me. Falo e dou a minha opinião. Só a minha, não a que me foi ditada por alguém. Sou quem sou. E sou sempre. Independentemente de com quem esteja, do que faça ou do que se diga. Eu sou eu. E não preciso de esmolas de atenção. Quem me tiver, terá por inteiro.