quinta-feira, 17 de março de 2011

Hoje é um dia complicado.


Hoje é um dia complicado pela dualidade de sentimentos que gera. Por um lado, estou verdadeiramente triste, como poucas vezes me senti na vida. Por outro lado, sinto-me bem, como que quase feliz. 

Hoje mais três amigos, daquela gente que faz parte da minha gente, de quem sofro as angústias como se as sentisse no meu peito e rejubilo com as conquistas como se fossem minhas, apanharam um avião que os levaria para começar uma nova vida num outro país. A próxima vez que os verei, não sei, poderão passar-se meses ou anos, não sei. E isso entristece-me profundamente.
Acredito porém, porque só assim poderia ser, que a amizade conseguirá sobreviver sem a presença, sem o toque, sem a palavra. Aguardo as suas novidades ansiosamente, espero que me contem que estão bem, que a adaptação foi boa, que estão felizes e que conseguiram tudo aquilo que ambicionavam no momento em que partiram. Que me contem coisas que me encham o coração de felicidade por eles. E por isso não me posso permitir ficar triste quando sei que eles foram à procura do seu sonho, um acto de humildade, coragem, na expectativa de começar outra vez que eu não consigo alimentar. Fico feliz por eles.

Em menos de quatro meses, foram seis as minhas ausências. O Pedro e a Carla. Depois, a Natália, corajosa. Agora, a Daniela, o Ricardo e a Raquel. As saudades matam-se aos solavancos, momentos espalhados no tempo e quase sustenho a respiração de tão ansiosa que estou pela próxima terça-feira para rever os dois primeiros. E conto ansiosamente os dias em que verei novamente os restantes.

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