quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O amor é um sentimento bipolar.

É um sentimento maravilhoso quando enche o nosso coração da razão que nos permite sermos capaz de fazer tudo, enfrentar as maiores dificuldades. Mas transforma-se rapidamente no sentimento mais corrosivo quando magoa o nosso coração de cortes tão profundos, tão sangrantes que, tantas vezes, se tornam irreversíveis na alma.

Quem já viveu sabe que as aventuras e desventuras do amor são inevitáveis. E eu acrescento, pobres são aqueles que nunca amaram incondicionalmente ou que nunca se sentiram amados por alguém. O toque do amor, em qualquer das suas formas, é poderoso, tal como poderosa é a decepção que pode trazer quando o amor teima em fugir de nós como o diabo foge da cruz.

As pessoas não podem escolher a quem amar, e tantas são as vezes em que duas pessoas amam em direcções opostas, antagónicas. É outra daquelas verdade que a vida ensina a todos os que se permitiram viver um pouco. É este amar antagónico, divergente, que transforma o amor, sentimento tão nobre, em algo doentia, cansativo, esgotante até ao limite.

E apesar de ser este sentimento lacerante o que mais teima em perdurar, amar alguém, mesmo que esse alguém seja incapaz de retribuir, é bom. Dá algum sentido à vida, tantas vezes tão insípida, sensaborona.

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