sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

De ontem.

Era manhã, e já ia mais avançada do que pensava. Olhei-me ao espelho. E estava deplorável: olheiras carregadas, cabelo desajeitado, maquilhagem completamente esborratada. Estava demasiado desarranjada, desconjuntada.

Não senti a necessidade de me esconder como vinha a fazer desde alguns dias até lá. Quebrei a rotina de carnaval que tinha adoptado. Deixei de lado o vestido brilhante, tirei os sapatos pesados. Saí assim. Sai sem um vestido pesado e uma máscara que tapava os verdadeiros sentimentos do meu rosto. Senti a terra molhada e as gargalhadas dos pequenos e dos maiores da família. Mas eu era um sufoco, uma lâmpada intermitente à espera de me acender ou de fundir.

Eu não posso não acreditar. Não consigo, apesar de já ninguém acreditar comigo. Apesar de toda a gente me querer convencer de que isto é apenas um pesadelo e que amanhã, ou então depois, me vou levantar novamente e continuar a sorrir como sempre.

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