segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Do meu FC Porto

Pela primeira vez em muitos jogos, senti-me profundamente envergonhada pelo meu FC Porto no sábado, frente ao Olhanense. Nem sei o que dizer. Parece que o que não tem remédio, remediado está; e por isso não vale mais a pena continuar a bater no ceguinho. 

Começando por Vítor Pereira, faço aqui o mea culpa e tenho de morder a língua em relação ao que disse quando Villas-Boas saiu. Pareceu-me bem a ideia de continuidade, a confiança, o conhecimento mútuo, apesar de sempre ter dito que Pinto da Costa foi, desta vez, apanhado na esquina por uma traição vil de um treinador campeão que se diz portista. Agora, percebo que Vítor Pereira foi uma péssima escolha: não tem o respeito dos jogadores nem o consegue conquistar, é tecnicamente muito fraco (conheço 'treinadores de bancada' muito melhores que ele), não conhece os jogadores que têm - como é possível andar a desperdiçar um jogador como o James ao colocá-lo sempre junto à linha e não na posição de dez? -  e vive manifestamente numa realidade à parte, capaz de envergonhar o Jesus nas suas intervenções junto da imprensa: «O FC Porto tentou tudo, circulou, movimentou-se. Não posso apontar absolutamente nada aos meus jogadores». Será ele o único a ver que não jogamos a ponta de um corno?! 
Mais, os discursos empolados contra a massa associativa, os jornalistas e o mundo só lhe ficam mal perante a ineficácia dele em motivar a equipa, incutir-lhes genica, garra e vontade. É preciso unhas para tocar guitarra e é preciso mais de um treinador para liderar uma equipa com tanto talento.

Depois os jogadores, aqueles que me conquistaram de forma tão arrebatadora na época anterior e a quem ainda, às vezes contra a razão, me salta o coração pela boca no que toca a defendê-los das críticas. Mas o que é demais é erro e, se alguns deles ainda granjeiam a minha simpatia, outros estou que é rua com eles. 
Como por exemplo Walter e Rodriguez, as baleias oficiais do FC Porto. Se o primeiro foi claramente um erro de casting (ao qual algumas mentes iluminadas teimam em chamar grande promessa), o segundo já vem dando provas há anos de que não consegue correr trinta minutos em bom ritmo. Depois Fucile, o jogador mais inconstante do plantel que, a cada corte de cabelo, parece que fica mais idiota. A seguir, Guarin que se quer ir, que vá, porque não aquece nem arrefece, principalmente se continuar com a cabeça cheia de €€€. E, por último, Rolando e, o que me parece mais um erro de casting de 13M, Mangala, o defesa central que depois de um bom jogo insiste em errar continuamente. Oh God, make me good but not yet!

E, por último, e para mim a maior responsável, porque tem o poder de controlar tudo o resto: a SAD do FC Porto. Meus senhores, a quem já estendi elogiosas graças e aos quais dou os parabéns pela condução do clube noutras ocasiões, agora estenderam-se ao comprido, com erros atrás de erros: terem sido apanhados na esquina por AVB e por Falcão, não contratarem um avançado, terem dado tanto dinheiro por jogadores suplentes e que podem não passar de promessas e agora, não terem coragem de parar o descalabro enquanto a procissão ainda vai no adro.

Temos de mudar. Mudar de treinador e esperar que o novo mude o comportamento daquele grupo fantástico de jogadores que encarnaram o papel de virgens ofendidas. Mudar o discurso. Mudar agora, já, para ontem, que o caldo ainda não está entornado. Ou como podia estar o Moutinho a dizer na imagem abaixo, vamos lá carago!

Sem comentários: