segunda-feira, 2 de março de 2009

Eu, fumadora, me confesso.

O cigarro chegou tarde e de mansinho. Começou na fase adulta, com todo o conhecimento do que fazia no meu corpo. Começou com um por caso, tornou-se relacionamento sério. Hoje não fumar é como viver sem respirar. Fumar é uma pequena cerimónia que marca sempre um princípio: do dia, do trabalho, do intervalo, do alívio, do prazer, do almoço, do jantar. O cigarro divide-me, consola-me e encoraja-me.

O cigarro também é companhia. Sobretudo para quem está sozinho. É um amigo fiel, é um momento de abstracção que torna tudo tolerável. Mas, principalmente, fumar serve para pensar. Quando me perco num argumento, pego num cigarro e penso. Não me levanto, não me agito, não abro a boca, não me distraio. Fumo e procuro com paciência a asneira. O cigarro concentra e acalma. Restabelece, por assim dizer, a normalidade.

Por detrás de um cigarro, o mundo parece mais seguro. Mesmo se andam por aí a garantir que não.

2 comentários:

two_wheels_boy disse...

Busted!!!

;p

Já somos dois e compreendo-te, o único problema e k n sai barato...

bjito*

Nuno disse...

Eu não concordo contigo, mas pronto. Não é por causa disso que nos vamos chatear, não é verdade? :)

Beijinhos,
Nuno.