segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Do meu primeiro Natal de adulta

Começou uma semana antes do Natal. Este ano, tive direito a horas infinitas na procura do presente ideal para aquela mão cheia de pessoas que o merece, ao dinheiro do meu primeiro subsídio (cortado a metade, quase) a desaparecer da carteira a uma velocidade alucinante, a dores nas pernas e a falta de espírito natalícia das compras.

Depois, sexta e sábado. Fiz rabanadas, aletria, pudim Abade de Priscos, bolo de cenoura com cobertura de chocolate, bolo e tarte de abóbora, queques de courgette e chocolate, um tiramisu para sobremesa e ainda ajudei o pai a fazer o Bolo Rei. A mãe precisou da minha mãozinha na confecção das entradas e no assado para domingo. Os cabazes de Natal para oferecer também não se iam embrulhar sozinhos. Já em casa dos avós, havia a mesa para pôr e outras tantas coisas de última hora para fazer. Bateram as doze badaladas e eu estava estoirada, doíam-me as costas e queria a minha cama. Resisti e fiquei mais um pouco à mesa, a jogar uns jogos, em cantorias e conversetas. O domingo foi mais tranquilo, na ressaca da trabalheira toda dos dias anteriores.

Pela primeira vez, o Natal não foram só risos, presentes, jogos, família, música, comidinha pronta e cheirinho a doce. Pela primeira vez, percebi que para o meu Natal ser como era, as mulheres da família (e os homens, às vezes) trabalhavam que se fartavam. Mas pela primeira vez senti o quão caloroso pode ser um sorriso de isto está tão bom, nham ou o quão bom é comprar um presente que sabemos que aquele alguém vai efectivamente gostar. 

Foi assim o meu primeiro Natal de adulta.

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