quarta-feira, 20 de maio de 2009

Quando tiver de falar.

Tenho muitas coisas que lhe queria dizer. Tantas e em proporção com o medo que sinto ao pensar que um dia breve, porque a vida é demasiado curta para ser apenas contada, vou ter de lhe contar a verdade.

Nesse dia, poderei falar-lhe da primeira vez que o vi. Não esqueci o momento. Ou da segunda. Ou da terceira. Mas nenhuma foi definitiva, porque talvez à milionésima vez que olhei para ele vi uma pessoa diferente, que me surpreendeu. Nesse dia, poderei falar-lhe da primeira vez que conversámos sem pedras na mão, prontas para atirar um ao outro, e percebemos o quanto éramos parecidos. Fiquei surpresa pelo tanto que tínhamos em comum: pensávamos o mesmo, éramos da mesma forma e, ao mesmo tempo, tão diferentes. Nesse dia, poderei falar-lhe do momento em que me apercebi que algo tinha mudado, o quanto ele me fazia bem, o quanto ele me divertia. O quanto ele tinha mudado a minha vida. Nesse dia, poderei falar da sua paixão pela vida e pelas coisas, e o quanto a sua entrega me atrai nele. Nesse dia, poderei falar da sua teimosia e coragem, e do quanto isso é bom para mim.

Um dia, eu dir-lhe-ei isto tudo. Olho no olho.

Sem comentários: